No dia 11 de Dezembro, realizámos o lançamento da obra Histórias de uma Conservadora de Museu, de Isabel Silveira Godinho.
O apresentador, Luís Marques Pereira, ressaltou a importância deste livro de memórias como testemunho histórico do nosso país:

A verdade é esta: uma figura pública ou uma personalidade que presta serviço público não tem apenas o direito de escrever. Tem, mais do que isso, o dever de o fazer. O direito a escrever é uma prerrogativa de cidadania. O dever de escrever é uma exigência do cargo que se tem e do mandato que se cumpre.
Não é um dever de exibição ou de vaidade. É um dever de prestar contas, de transmitir conhecimento, de divulgar experiências, de dar um testemunho necessário, de partilhar com a sociedade o ideal de servir, de estimular o surgimento de novos protagonistas, de sensibilizar a comunidade para o primado do mérito, da doação e do serviço público.
Foi o que fez Isabel Silveira Godinho com este livro. Exerceu um direito e cumpriu um dever. O direito de escrever. O dever de o fazer. E vê-se que um e outro são exercidos com prazer, com dedicação e com sentido de responsabilidade.

(…)

Isabel Silveira Godinho, ao escrever este livro, não exerceu apenas o direito de escrever e o dever de o fazer. Mostrou coragem. Escrever é sempre um ato de coragem. Escrever um artigo, um ensaio, um livro, uma biografia. É a coragem de expor um trajeto, um projeto ou uma caminhada. É a coragem de contar em público uma experiência, uma história de vida, uma plêiade de pequenos e grandes gestos. É a coragem de se expor perante a comunidade, a opinião pública e a opinião publicada. É a coragem de se explicar, de melhor se dar a conhecer, de se abrir aos outros, abdicando do sagrado direito à privacidade. Mas é, sobretudo, a coragem de se submeter ao escrutínio e à crítica.

Entre os convidados presentes no lançamento, o General Ramalho Eanes, Prof. Aníbal Cavaco Silva e inúmeras personalidades do mundo da cultura como Rui Viera Nery, não deixaram de marcar presença neste fim de tarde no Grémio Literário.