Descrição
Banha da cobra é sinónimo de falsidade, mas existiu uma pomada com esse nome, que era feita a partir da teriaga, uma exótica mistura de plantas medicinais com ópio e carne de cobra. Foi concebida como antídoto para venenos, mas a sua aplicação generalizou-se para outras doenças como o tétano, a raiva, a epilepsia e, também, a frigidez sexual. Era grande a procura nas epidemias de peste. Destinada a tratar as lesões da pele, a banha da cobra também servia para a sarna, o eczema e outras doenças. Nas cidades, nos campos e nas feiras, os vendedores da banha da cobra foram figuras típicas até meados do século XX. Demorou o tempo impressionante de dois milénios até se verificar a ineficácia da teriaga e da pomada; e o desapontamento foi tal que a expressão banha da cobra passou a significar o embuste e a intrujice. Nesta obra, o autor estuda este tema fascinante, recorrendo a fontes históricas, e oferece ao leitor um leque de imagens que fazem parte do imaginário colectivo.