Descrição
Em Histórias que fugiram das árvores, Susana Neves apresenta-nos, com fotografias magníficas, um arboretum português.
São trinta histórias invulgares, reveladoras e muito bem documentadas, que fazem um retrato novo, de espécies com que nos cruzamos todos os dias, em todo o país.
A origem, os usos, as ligações a locais, acontecimentos ou personagens, ilustradas de forma inédita, num olhar íntimo e sempre poético.
Citando Prof. Ruth Huber:
E felizes nós de podermos, neste Ano Internacional da Floresta, aprofundar com a autora os saberes sobre estes seres silenciosos e, no entanto, tão exuberantes de beleza e generosidade, de podermos beber neste livro, fonte inesgotável de conhecimento botânico, medicinal e cultural e deliciarmo-nos com as fotografias maravilhosas que nos fazem descobrir a árvore em todo o seu esplendor. Este livro tem, de facto, o esplendor da – quase – perfeição, perfeição essa à qual, segundo diz a tradição judaica, o ser humano não deve aspirar, para que Deus Nosso Senhor não fique ciumento e se queira vingar, porque a perfeição só a ele Lhe cabe.
Mas Ele não se vai enfurecer, porque este livro é uma homenagem vibrante à grande amiga de deuses e humanos que é a Árvore, o ser por excelência que liga o Céu e a Terra, sendo ao mesmo tempo Árvore Cósmica, Árvore da Vida e Axis Mundi. Para nós, seres humanos, ensina-nos a verticalidade, estando ao mesmo tempo profundamente enraizada na terra e aberta ao céu.
(…)
Diz-se que um sonho sonhado por muitos sonhadores se torna realidade. O meu sonho pessoal em relação a este livro começou há muitos anos, (…) descobri uma crónica intitulada “A Casa na Árvore” que logo me cativou.
(…)
Na casa na árvore eu estava fora do tempo e do mundo, a observar a vida dos outros seres que partilhavam comigo esse mesmo reino, sentindo-me em paz, ao abrigo da árvore, e intuindo quanto as árvores são generosas, misteriosas e amigas. Não deve ter sido por acaso que um dos mais belos poemas de língua alemã foi escrito pelo jovem Goethe numa casa na árvore, escrito com lápis na parede de madeira e só muito mais tarde publicado. E foram estas memórias felizes que surgiram quando, sentada à sombra da ramagem na “Casa na Árvore” da Susana, me deliciava a ler as boas folhas da nova crónica em que ela, graças ao seu retrato sempre luminoso e poético, me fazia conhecer uma nova amiga.