• Post published:18 de Dezembro, 2013
  • Post category:Facebook

Do amigo João Eduardo Ferreira, belas palavras sobre o livro "Do vasto e belo porto de Lisboa"

Sobre o olhar (e a leitura) de «Do Vasto e Belo Porto de Lisboa» de Pedro Castro Henriques, By the Book 2013 (com tradução para inglês de Miguel de Castro Henriques)
O que torna singular este livro institucional, promovido pela Administração do Porto de Lisboa, é o facto de não ser «institucional».
É um livro, apenas, que leva o olhar (e a leitura) a buscar um fio condutor ajustando-o a cada olhar (a cada leitura), obrigando-o ao caminho por entre uma parte dos cerca de 6000 objectos que compõem o espólio fotográfico do Porto de Lisboa, cujo restauro esteve nas mãos habilidosas de Luís Pavão.
Quem folheia este álbum de família, apesar de urbano, descobrirá histórias ou factos, mais antigos ou mais recentes, relembrados, aperfeiçoados, reinventados nos textos, ora céleres ora lentos, de Pedro Castro Henriques. Encontrará episódios literários em referência que nos fixam a memória e nos dão o crédito à imaginação de um território, pois é à imaginação da memória que esta obra mais apela. Lerá ainda sobre a geografia de uma extensa linha inconstante que teima em diferenciar o ser terrestre do ser aquático. O traço de viagem que outorga quem parte e quem fica, quem trabalha e quem folga. Uma linha, um navio, um livro talvez confuso no seu modo estruturado de colocar histórias onde elas mais devem estar. Como os trabalhos de um porto, como a citada «Ode Marítima» do Eng.º Álvaro de Campos, são páginas imaginárias cheias de ruídos e cheiros, movimento, trabalhos, guerras.
Um livro exteriormente difuso, porque difuso é um porto que olha a margem oposta, uma cidade que não sabe se se espraia à beira-mar ou à beira-rio, umas águas que se deixam influenciar por luas e marés, águas doces ou salgadas que recebem os robalos marinhos em desova fluvial.
Um livro especial que faz visitar as recordações do que, porventura, não vivemos mas invejamos, mais por desejo de viagens futuras do que pela institucional nostalgia.
jef, dezembro 2013

Veja o original no nosso Facebook

Deixe uma resposta