«A historiadora Margarida de Magalhães Ramalho defende no livro “Estoril – a vanguarda do turismo”, que esta zona geográfica é “a estância balnear de referência dos últimos 100 anos”.

Vários fatores contribuíram para este lugar turístico de exceção, desde o “clima ameno” às “águas mansas” da Cascais, argumenta a historiadora.

“Estoril — a vanguarda do turismo” é um livro em português e inglês, amplamente ilustrado em que se conta a história do turismo no Estoril desde os tempos da monarquia até aos dias de hoje.

A historiadora, que já editou outros livros sobre esta região, faz ainda um pequeno historial dos tempos antes da descoberta turística do Estoril.

Em finais do século XV, D. João II mandou edificar uma torre defensiva em Cascais e décadas mais tarde é erigido um convento franciscano em honra de Santo António.

Data de setembro de 1870 a primeira visita do Rei D. Luís a Cascais e o início de uma regularidade da corte que só termina com a proclamação da República, em 1910.

Os capítulos seguintes estruturam-se segundo as grandes fases da evolução turística do Estoril.

Os primeiros 35 anos da República são apontados pela autora como os “anos dourados” da região, sendo designadamente “terra de exílio”, de refugiados da II Guerra Mundial, designadamente de Reis apeados dos tronos, entre eles Carol da Roménia ou Humberto de Itália.

Este período corresponde também a várias iniciativas de fomento turístico, destacando-se a ação de fausto Figueiredo que em 1914 envia aos deputados uma proposta de transformar os pinhais de St.º António do Estoril, perto dos quais habitava, “numa estância de luxo que fizesse concorrência às suas congéneres internacionais”, uma ideia que trouxera da sua estadia em Biarritz (França).

O período seguinte é o de 1950 a 1974 em que, segundo a historiadora, a “terra de exílio” se transforma na “praia de família”.

“Até á década de 1970, o Tamariz [no Estoril] continuará a ser uma praia chique com arzinho cosmopolita”. A praia é ainda frequentada pela “‘nata’ da sociedade elegante lisboeta”.

“A revolução de abril de 1974 trouxe também grandes alterações na vida dos Estoris”, defende a autora, que afirma que “só havia lugar para duas fações: os que estavam a favor e os que estavam contra”.

O capítulo que dedica à atualidade da região intitula-se “à procura de si próprio”. A autora destaca as “apostas” turísticas em áreas como o desporto, nomeadamente a vela e o hipismo “com uma tradição de décadas”, ou a importância que teve o empresário Stanley Ho quando em 1987 assumiu a posição de acionista maioritário da Sociedade Estoril-Sol.

Procurando dar uma perspetiva do futuro da região, a autora refere ainda os projetos em execução como a musealização da fortaleza quinhentista de N.ª Sr. da Luz, em Cascais.

Margarida de Magalhães Ramalho é autora de várias piblicações, entre elas, “Comboios com Histórias” (1999), “Fotobiografia do Rei D. Carlos” (2000), “Uma Corte à Beira Mar – 1870 -1910” (2003), “Um olhar sobre o Regicídio” (2008), ou ainda co-autora de “As Fortificações Marítimas da Costa de Cascais” (2001).»

http://www.ionline.pt/conteudo/72009-turismo-estoril-e-estancia-referencia-dos-ultimos-100-anos-diz-historiadora

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