Descrição
Distanciadas por três séculos, a Igreja de São Sebastião da Pedreira e a Igreja de Nossa Senhora de Fátima são dois exemplos particularmente relevantes do património da cidade. A primeira constitui um dos raros templos da capital não atingidos pelo Terramoto de 1755, e a segunda configura‑se como o primeiro exemplo de arquitetura religiosa moderna em Lisboa, na qual participaram importantes artistas da época, como Almada Negreiros, Leopoldo de Almeida, Barata Feyo, entre outros.
A salvaguarda e valorização destes edifícios, integrados na freguesia das Avenidas Novas, torna‑se, pois, uma prioridade, de modo a garantir a preservação para as gerações futuras de uma parte relevante da história e da memória desta zona da cidade.
Nas palavras de Daniel Gonçalves, presidente da Junta de Freguesia de Avenidas Novas:
Nesta viagem conseguimos fomentar o conhecimento acerca do nosso património, apontando pormenores e curiosidades num registo privilegiado de fotografia e informação.
A Igreja de São Sebastião, classificada como imóvel de interesse público, é uma igreja de construção seiscentista, sendo uma das poucas que sobreviveu ao terramoto de 1755 e com a sua edificação dedicada ao mártir cristão São Sebastião, a quem deve o nome e cujo percurso de vida está retratado no teto e nos painéis de azulejos que forram
as paredes.A Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Fátima “nasce” da receita feita pela venda da antiga Igreja de São Julião ao Banco de Portugal para servir de caixa forte, tendo sido a totalidade dessa receita usada na sua construção. Foi consagrada em outubro de 1938 e galardoada com o prémio Valmor nesse mesmo ano. Almada Negreiros e Leopoldo de Almeida fazem parte do leque de artistas que contribuíram artisticamente para a sua edificação e os rasgos de modernidade do edifício foram contestados pelos meios mais conservadores da sociedade portuguesa.
A ilustrar o texto, estão as belíssimas imagens de António Homem Cardoso, mestre da fotografia, em parceria com um jovem fotógrafo, Bernardo Condeixa.